sábado, 3 de dezembro de 2011

AIDS


Sinónimos:
SIDA, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
O QUE É?
Doença infecciosa causada pelo vírus da imunodeficiência humana, que leva a uma perda da imunidade progressiva resultando em infecções graves, tumores malignos e manifestações causadas pelo próprio vírus.
COMO SE ADQUIRE?
A contaminação acontece através:
de relações sexuais,
do uso de droga injetável onde se dividem seringas com sangue contaminado,
de transfusões de sangue, durante a gravidez ou pelo leite materno,
da doação de órgãos ou sêmen infectado,
da inseminação artificial e
da exposição a material contaminado entre trabalhadores da área de saúde.
O período de incubação varia de semanas a meses. Em geral em até um ano já surgem alguns sintomas da doença.
O QUE SE SENTE?
A evolução da doença pode ser dividida em três fases:
Infecção aguda:
surge algumas semanas após a contaminação, com febre, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares pelo corpo, ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias;
Infecção assintomática:
tem duração variável, de meses a anos;
Doença sintomática:
manifestação mais grave da doença, onde a pessoa vai perdendo sua imunidade e vão surgindo doenças oportunistas, tumores raros e formas graves de doenças tropicais no Brasil.
COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO?
São feitos exames de sangue específicos para a detecção do vírus ou de seus anticorpos.
O aparecimento de anticorpos detectáveis por exames de sangue ocorre num período de seis a 12 semanas da infecção inicial.
COMO SE TRATA?
Nos últimos anos foram obtidos grandes avanços no conhecimento da infecção pelo HIV: várias drogas foram desenvolvidas e se mostraram eficazes para o controle da doença, diminuindo sua progressão e levando a uma diminuição das doenças oportunistas, a uma melhora na qualidade de vida e, principalmente, numa maior sobrevida.
Cabe ressaltar que ainda nenhuma droga pode erradicar a doença, mas sim, controlá-la e isso só é possível se o paciente estiver tomando todas as medicações.
O abandono de tratamento e o uso incorreto das medicações são os maiores causadores do elevado número de óbitos.
COMO SE PREVINE?
O mais importante é a informação e educação visando a prática de sexo seguro, diminuindo o número de parceiros e incentivando o uso de preservativos.
Todo o sangue para ser transfundido deve ser obrigatoriamente testado e a exclusão de doadores de risco aumenta a segurança da transfusão.
Quem usa droga injetável deve lavar a seringa com água sanitária e água corrente após outra pessoa ter usado.
Instrumentos cirúrgicos devem ser desinfectados e esterilizados e os materiais descartáveis devem ser acondicionados em caixas apropriadas para evitar acidentes.
O HIV é muito sensível aos métodos de desinfecção e esterilização e é inativado por produtos químicos específicos e pelo calor, mas não por irradiação ou raios gama.
A transmissão de gestantes para seus filhos é muito diminuída com o uso de medicação anti-retroviral.

DEPRESSÃO


Sinónimos e nomes relacionados:
Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar, incluindo ainda tipos diferenciados de depressão, como depressão grave, depressão psicótica, depressão atípica, depressão endógena, melancolia, depressão sazonal.
O QUE É A DEPRESSÃO?
Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.
COMO SE DESENVOLVE A DEPRESSÃO?
Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.
As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como: 
 
Estresse
Estilo de vida
Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.
COMO SE DIAGNOSTICA A DEPRESSÃO?
Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.
O QUE SENTE A PESSOA DEPRIMIDA?
Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.
COMO É O PENSAMENTO DA PESSOA DEPRIMIDA?
Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos "catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.
Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Esse aspecto faz com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.
Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais
Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.
COMO SE TRATA A DEPRESSÃO?
A depressão é uma doença reversível, ou seja, há cura completa se tratada adequadamente. O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado ao perfil de cada paciente. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento pode ser apenas psicoterápico.
Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre o dia-a-dia do indivíduo, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios e alucinações) e ideação ou tentativas de suicídio. Nessa situação, o tratamento medicamentoso se faz obrigatório, além do acompanhamento psicoterápico.
Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, medicações que não causam “dependência”, são bem toleradas e seguras se prescritas e acompanhadas pelo médico. Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos). 

SUICÍDIO

Cerca de 3.000 pessoas se suicidam por dia no mundo, uma a cada 30 segundos, alertou nesta segunda-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) por ocasião do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
"A percentagem de suicídios aumentou de 60% no mundo durante os últimos 50 anos e o aumento mais forte foi registrado nos países em desenvolvimento", acrescentou a organização.





SUICÍDIO
A palavra suicídio (etimologicamente sui = si mesmo; -caedes = ação de matar) foi utilizada pela primeira vez por Desfontaines, em 1737 e significa morte intencional auto-inflingida, isto é, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de sofrimento intenso, decide tirar sua própria vida.
De acordo com dados atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3.000 pessoas por dia cometem suicídio no mundo, o que significa que a cada 30 segundos uma pessoa se mata. Estima-se que para cada pessoa que consegue se suicidar, 20 ou mais tentam sem sucesso e que a maioria dos mais de 1,1 milhão de suicídios a cada ano poderia ser prevista e evitada.
O suicídio é atualmente uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, embora a maioria dos casos aconteça entre pessoas de mais de 60 anos. Ainda conforme informações da OMS, a média de suicídios aumentou 60% nos últimos 50 anos, em particular nos países em desenvolvimento. Cada suicídio ou tentativa provoca uma devastação emocional entre parentes e amigos, causando um impacto que pode perdurar por muitos anos.
PROBABILIDADES
Através da observação dos casos de suicídios, pode-se constatar que há certos fatores que estão relacionados a uma maior ou menor probabilidade de cometer o suicídio. Por exemplo, as mulheres tentam o suicídio 4 vezes mais que os homens, mas os homens o cometem (isto é, morrem devido a tentativa) 3 vezes mais do que as mulheres. Isso se explica pelo fato de os homens utilizarem métodos mais agressivos e potencialmente letais nas tentativas, tais como armas de fogo ou enforcamento, ao passo que as mulheres tentam suicídio com métodos menos agressivos e assim com maior chance de serem ineficazes, como tomar remédios ou venenos.
Doenças físicas, tais como câncer, epilepsia e AIDS ou doenças mentais, como alcoolismo, drogadição, depressão e esquizofrenia, são fatores relacionados a taxas mais altas de suicídio. Além disso, uma pessoa que já tentou cometer o suicídio anteriormente tem maior risco de cometê-lo.
A idade também está relacionada às taxas de suicídio, sendo que a maioria dos suicídios ocorre na faixa dos 15 aos 44 anos. Doenças físicas, tais como câncer, epilepsia e AIDS ou doenças mentais, como alcoolismo, drogadição, depressão e esquizofrenia, são fatores relacionados a taxas mais altas de suicídio. Além disso, uma pessoa que já tentou cometer o suicídio anteriormente tem maior risco de cometê-lo.
MOTIVOS
As pessoas podem tentar ou cometer suicídio por diversos motivos: 
 
numa tentativa de se livrarem de uma situação de extrema aflição, para a qual acham que não há solução
por estarem num estado psicótico, isto é, fora da realidade
por se acharem perseguidas, sem alternativa de fuga
por se acharem deprimidas, achando que a vida não vale a pena
por terem uma doença física incurável e se acharem desesperançados com sua situação
por serem portadores de um transtorno de personalidade e atentarem contra a vida num impulso de raiva ou para chamar a atenção.
INDICADORES DE RISCO
O suicídio é algo que, em geral não pode ser previsto, mas existem alguns sinais indicadores de risco, e eles são: 
 
tentativa anterior ou fantasias de suicídio,
disponibilidade de meios para o suicídio,
idéias de suicídio abertamente faladas,
preparação de um testamento,
luto pela perda de alguém próximo,
história de suicídio na família,
pessimismo ou falta de esperança, entre outras.
Pessoas que apresentem tais indicadores devem ser observadas mais atentamente. Entretanto não se pode ter certeza alguma a respeito pois a idéia de morrer pode mudar na mente da pessoa, de um momento para outro.
COMO ENCAMINHAR QUEM ESTÁ COM RISCO DE SUICÍDIO
Quando a preocupação a respeito de um risco de suicídio ocorrer em relação a uma pessoa, esta deve ser encaminhada a uma avaliação psiquiátrica, em emergências de hospitais que trabalhem com psiquiatria, para que se possa avaliar adequadamente o risco e oferecer um tratamento para essa pessoa.
Esse tratamento poderá ser uma internação, quando for avaliado que o risco é muito grave, ou tratamento ambulatorial (consultas regulares com psiquiatra), ocasião em que é feita uma avaliação das circunstâncias da vida da pessoa, se ela tem uma família que possa estar presente, observando-a e fornecendo-lhe suporte, e à qual, ela própria, apesar da vontade de se matar, possa comunicar isso e pedir ajuda antes de cometer o ato.
Quando alguém estiver pensando em cometer suicídio é importante comunicar essa idéia para que outros possam ajudá-lo, pois quem está se sentindo tão mal a ponto de pensar que a morte é sua única saída, com certeza precisará de ajuda para sair dessa. 

Manual ajudará a prevenir suicídio

Pesquisas realizadas no mundo inteiro na área de psiquiatria revelam que cerca de 40% dos suicidas procuram os serviços de saúde dias ou semanas antes de tirar a própria vida. Segundo os estudos, eles chegam a estes locais sem especificar de que doenças estão sofrendo. Esse pode ser um último pedido de socorro. Um profissional de saúde preparado para enfrentar a situação tem condições de identificar o problema, ouvir a pessoa, encaminhá-la para uma terapia adequada e tentar evitar que o suicídio ocorra.

Pensando nessa questão, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) produziram o livro Prevenção ao Suicídio: Manual Dirigido a Profissionais das Equipes de Saúde Mental. O material faz parte da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, que propõe a redução das  taxas de suicídio, tentativas e os danos associados aos comportamentos suicidas. O lançamento aconteceu nesta terça-feira (10 de outubro) em um evento no Ministério da Saúde, em Brasília, com a presença do ministro da Saúde, Agenor Álvares. Hoje comemora-se o Dia Mundial da Saúde Mental, que este ano tem como tema Doença Mental e Risco de Suicídio . 

Na ocasião, houve ainda o lançamento do manual Suicídio, Sobreviventes e Famílias,  voltado para quem perdeu alguém próximo vítima do suicídio e foi editado em parceria entre o Ministério da Saúde , a Opas e a ONG Projeto Conviver. Calcula-se que um suicídio afete de 6 a 10 pessoas próximas à vítima, entre parentes e amigos. 

Para Carlos Felipe D Oliveira, coordenador da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio do Ministério da Saúde, e representante da Associação Internacional de Prevenção do Suicídio no Brasil, o profissional de saúde mental precisa estar atento e escutar o que o paciente tem a dizer. É importante uma empatia com esse paciente e que o profissional se disponha a ajudar a pessoa, caso perceba o risco do suicídio , observa. Na opinião do coordenador, por conta dos tabus que envolvem o assunto e pela ausência de discussão pública a respeito do tema, muitas vezes o profissional de saúde mental não tem a formação necessária para atender aquele paciente ou mesmo para identificar o problema. 

Em um primeiro momento, o Ministério da Saúde distribuirá o manual Prevenção do Suicídio para os 918 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) especializadas na atenção à saúde mental. Depois, a intenção é levar o texto para as unidades básicas de saúde. Em torno de duas semanas, o Ministério também disponibilizará o material em seu portal. O internauta deverá acessar o endereço eletrônico 
www.saude.gov.br , clicar em Cidadão e, em seguida, clicar em Saúde Mental. 

Comportamento - O manual levará aos profissionais temas como o comportamento do suicida, a importância das equipes dos centros de atenção psicossocial, fatores de risco para o suicídio, suicídio e transtornos mentais, esquizofrenia, depressão, dependência de álcool, como ajudar a pessoa sob risco de suicídio e como abordar o paciente. 

Carlos Felipe D Oliveira estende algumas recomendações a familiares e amigos, para que estejam atentos a mudanças no comportamento das pessoas, que podem indicar uma propensão ao suicídio ou a outro transtorno mental. O isolamento e a redução drástica de atividades do cotidiano, desejo súbito de concluir alguns afazeres pessoais e deixar um testamento e sentimentos de solidão, impotência e desesperança podem ser indicativos. O coordenador chama a atenção sobre quem manifesta freqüentemente o desejo de tirar a própria vida. É importante não julgar essa pessoa, escutar com atenção o que ela tem a dizer e insistir para que esse potencial suicida se dê uma chance para superar seus problemas , aconselha. Carlos ressalta que não se deve julgar o comportamento de quem diz que quer se suicidar e que é necessário tentar entender os sentimentos por trás dessa confissão.

O coordenador alerta ainda para que se observe atentamente o comportamento de pessoas que já tentaram o suicídio e fracassaram. Carlos lembra de pesquisas desenvolvidas em países da Escandinávia onde se registram muitos casos de suicídio de que entre 30% e 40% dos que já tentaram tirar a própria vida voltam a fazê-lo. 

Gravações - O lançamento do manual é uma das ações da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio. O Ministério da Saúde e seus parceiros querem sensibilizar a sociedade e estimular iniciativas preventivas. Em agosto, o Ministério promoveu em Porto Alegre (RS) I Seminário Nacional de Prevenção do Suicídio. Durante o evento foram discutidas estratégias para lidar com o problema. Entre elas está o acesso da população ao tratamento psiquiátrico por meio das unidades de atenção básica do SUS, do Programa Saúde da Família (PSF), dos serviços especializados em saúde mental e das unidades de urgências e emergências. 

No evento desta terça-feira foi lançado um CD com gravações do I Seminário de Prevenção do Suicídio.  O material servirá de referência para professores e pesquisadores da área de saúde mental.
Números globais assustam
O livro Prevenção do Suicídio: Manual Dirigido a Profissionais das Equipes de Saúde Mental destaca estatísticas impressionantes, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil, aliás, segue recomendação da OMS aos países-membros para que desenvolvam estratégias para prevenir o problema. 

Em 2003, cerca de 900 mil pessoas cometeram  suicídio no mundo inteiro. Em 2004, aproximadamente oito mil brasileiros tiraram a própria vida. Embora a taxa média no Brasil não seja considerada alta (4,5 suicídios a cada 100 mil pessoas), o problema vem crescendo em certos segmentos da população, como homens mais jovens, índios, idosos, trabalhadores do setor agrícola que tiveram a saúde prejudicada por pesticidas e mulheres jovens gestantes moradoras de rua. Algumas cidades brasileiras possuem taxas acima da média nacional, como Porto Alegre, onde em 2004 na população masculina registraram-se 16 casos para cada 100 mil homens. 

Para Carlos Felipe D Oliveira a questão  é complexa devido à diversidade de causas que levam as pessoas a tirar a própria vida. Problemas financeiros, desemprego, separações conjugais, depressão e outras doenças psiquiátricas possuem relação com o fato. Cerca de 15% dos suicidas, segundo os especialistas, usam álcool ou drogas. Não quer dizer necessariamente que todo mundo que se enquadre nesses casos vai se matar. São indicativos , assinala Carlos Felipe. Entretanto. Ele observa alguns padrões nas comunidades em que vêm aumentando os suicídios, como as adolescentes gestantes de rua. Uma adolescente grávida já traz preocupação. Se ela está na rua, sem assistência social, rejeitada pelos pais e se foi vítima de abuso, tende a entrar no grupo de risco dos potenciais suicidas .

Entre os idosos o crescimento de índices de suicídio geralmente se relaciona ao abandono e à solidão em que essas pessoas vivem, muitas vezes abatidas por doenças crônicas ou degenerativas. Nos jovens, segundo Carlos Felipe, as altas taxas em vários momentos se associam ao modo impulsivo como pessoas dessa faixa etária costumam agir.

Evitar a posse de armas e manter medicamentos e venenos como pesticidas em local seguro contribui para evitar que ocorram casos de suicídio em casa.