sábado, 28 de janeiro de 2012

FAMÍLIA EM MUDANÇA

Meus Amigos entendo que vivemos uma fase de transformações, Léon Denis diz-nos e bem "cada século tem uma particular missão na história".  Este século está a tomar o rumo de enormes transformações com o sentido direccionado para o mundo de regeneração. Todos os valores do pretérito estão a ser reavaliados em toda a essência de maneira a que outros, e estes mais próximos da realidade se reactivem.

Muitos irmãos pensam que por o enorme número de divórcios e os conflitos familiares se está a extinguir a Família, penso que será o contrário tal como sociólogos que estudam nessa área, o pensam, esta fase contemporânea é nada mais nada menos que um processo reorganizador do ser humano, de forma a integrar-se nas novas nuances dos sentimentos, e emoções e valores espirituais, reforçando dessa forma que a idéia familiar vista pela consanguinidade, começa a cair e a aproximar-se do conceito Família que nos mostra no  O Evangelho Segundo o Espiritismo” aprendemos que os verdadeiros laços não são os da consanguinidade, mas os laços da afinidade espiritual (1). Devemos tranquilizar, pois, os corações, porque a família não está em extinção, o processo é de transformação:
 
 Quem não percebeu, está a ser arrastado pela circulação das mudanças, desde a revolução da Juventude, na mãos do amor livre, pelas inúmeras fragilidades que apresentaram, ate à revolução industrial transformou as cidades em metrópoles e trocou a simples vida agrária pela movimentação e agitação da sociedade tecnológica, assistimos a fragmentação familiar ocorrer de formas acelerada e invulgar, ocasionando dificuldades que só o tempo conseguiu demonstrar. O antigo aconchego doméstico foi substituído por uma ausência contínua, primeiro dos pais trabalhadores, depois dos filhos estudantes e, por fim, dos "os filhos de  creche" “ Os Pais de asilo” tornaram-se o elam da vida pela volumetria de movimento cego aos valores de amor e enlouquecido pelo ingaço da necessidade da conjugue trabalhar para equilíbrio do óvulo econômico do lar que povoam o dia a dia de nossas metrópoles. Como consequência da busca de realizações externas e da contínua ausência de convívio entre os membros do grupo familiar, o diálogo se fez escasso, a afectividade teve sua manifestação dificultada e a família, em si mesmo, permanece ameaçada.

O tema Família vê-se a ser discutido e rediscutido mas temos que o fazer contemplando, todas as vertentes, porque não é visão singela social, ou ao enxergar pelo intelectualismo, mas tomar como ponto valores de espiritualidade e sua envolvência nessa transformação.

Nesse estudo, o Espiritismo vem trazer referenciais de extrema profundidade uma vez que estabelece no Espírito uma das potências da Natureza e pretende introduzi-lo como uma variável determinante na interpretação da vida. Portanto as considerações em torno da família e suas funções ganham no pensamento espírita uma dimensão a maior, permitindo ver mais além do sentido da Família consanguínea.

Senão vejam o que nos diz o Espírito Fénelon no O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XI, item 9:

"Disse Jesus: "Amai o vosso próximo como a vós mesmos". Ora, qual o limite com relação ao próximo? Será a família? A seita? A nação? Não: é a humanidade inteira!". É de foro íntimo de cada um entender se o exercício que está fazendo dentro da relação é de solidariedade, desenvolvimento de laços fraternos, ou se está baseado nas sensações e na busca da sensualidade. (t)

Os Espíritos em resposta a questão 774 de O Livro dos Espíritos também nos dizem (2):

"Há no homem alguma coisa a mais, além das necessidades físicas há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos."
A visão da Familia tem tantos conceitos tantos quanto nós sermos individualidade senão vejam:

Definindo família como "Pessoas aparentadas que vivem em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos"; ou ainda "pessoas do mesmo sangue" Aurélio Buarque, pretendeu relacioná-la com sua função marcadamente social e biológica. Mas a família traz interpretações mais amplas quando observada sob outros pontos de vista.
No entendimento de Wilfred Anderson e Frederick Parker:

"A família é a instituição primária das sociedades. Entre suas principais funções podemos citar: a reprodução biológica, o sustento econômico, a socialização e a educação, e a transmissão de propriedade e cultura."

Assim, no âmbito sociológico encontramos a família como "a instituição primária" e como um instrumento da sociedade para sustentação do seu próprio equilíbrio. Ainda nas palavras de "a família é a mais eficiente estrutura de relação humana criada pela sociedade para a realização de certas funções essenciais."

Essa opinião de que a família é um instrumento da sociedade para sustentação de suas bases não é exclusiva desses autores. Will Durant compartilha da mesma idéia e afirma que:

"A família tem sido o veículo dos costumes e das artes, das tradições e da moral.", e acrescenta "A essa função da família como centro moral e integrador da sociedade veio somar-se a função económica: a família tornou-se uma unidade, um núcleo de produção."

Ao demonstrar que o homem é na realidade um Espírito em aprendizado na Terra, a Doutrina Espírita ampliou o conceito de família. Kardec tornou muito clara esta dimensão de família espiritual quando analisou o problema emO Evangelho segundo o Espiritismo. Assentando a família em bases espirituais o Espiritismo apresenta a família como instrumento fomentador do progresso. No entendimento do Espírito Emmanuel, a família recebe uma interpretação transcendente:

"Temos, dessa forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor" (3).

Essa função evolutiva que desempenha a família vai além do indivíduo e atinge mesmo as bases da organização social. Uma análise detalhada das funções específicas da família, conquanto de enorme interesse, está fora do escopo deste texto. Mas poderíamos sintetizar essas funções no seguinte quadro esquemático:

No "O Livro dos Espíritos" Kardec a da lei de sociedade esclarece-nos de que:

"O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento ele se embrutece e estiola." (4)

Nós temos que entender que tudo está em mudança e a nossa vida sofre influências que não são só nossas, mas também da espiritualidade, porque pela reencarnação, novos valores vão integrando as alterações e das quais temos que nos adaptar .

Allan Kardec, na Codificação, estabeleceu no Capitulo V conclusão de "O Livro dos Espíritos "que nos diz:

"Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é consequência inevitável."

Daí meus Amigos entendo a forma de mostrar que esta mudança é tem o seu positivismo, e divulgando o Espiritismo, e demonstrando pelo exemplo a grandeza e a enorme responsabilidade que a Família tem da educação de valores morais e de entendimento, só possíveis no intercambio relacional com a individualidade e ao mesmo tempo uso do livre-arbitrio, com bom senso e dentro da razão.

(1) Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 18 e 23.
(2) ___________, O Livro dos Espíritos, Livro III, Lei da Sociedade, cap. VII, subcap. III, Laços de família, questão 774.
(3) XAVIER Francisco Cândido. Vida e Sexo. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro,- FEB, 1982. p. 13-15.
(4) Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro III, Lei da Sociedade, cap. VII, subcap. I, Necessidade da vida social, questão 768.

Victor Passos

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